Blastocistose

B. hominis com coloração por tricrômico

Blastocystis hominis é o agente etiológico da blastocistose. É um protozoário entérico dos seres humanos, sendo o organismo mais comumente encontrado em amostras de fezes. Estudos relatam ser o B. hominis um parasito oportunista em pacientes imunodeprimidos.

A blastocistose tem ampla distribuição mundial, sendo as maiores prevalências observadas em áreas onde as condições sanitárias e socioeconômicas da população são precárias.

Manifestações clínicas

B. homins é frequentemente encontrado em amostras fecais de indivíduos imunocompetentes com e sem sintomas gastrintestinais, e em pacientes imunodeprimidos. A infecção causada por este protozoário ainda envolve várias controvérsias e indefinições em relação a sua ação patogênica.

A maioria dos indivíduos acometidos por este protozoário se apresenta assintomático, e nos casos sintomáticos a remissão dos sintomas muitas vezes ocorre sem o tratamento específico, fortalecendo a idéia de que o B. hominis possa ser um organismo comensal. A ação patogênica do B. hominis estaria, portanto, relacionada à imunodeficiência, com a virulência da cepa e com a carga parasitária. O B. hominis é considerado a causa de distúrbios intestinais quando se confirma a inexistência de outros agentes patogênicos (vírus, protozoários, bactérias e helmintos).

Os sinais e sintomas presentes na blastocistose são inespecíficos, e inclui náusea, vômito, anorexia, dor abdominal, edema, flatulência, diarréia aguda ou crônica, sem a presença de sangue e leucócitos nas fezes.

Modo de transmissão

Estudos têm relatado a presença de B. hominis em turistas que voltam de áreas tropicais, e o risco de transmissão pela água não tratada. Portanto, a transmissão está compreendida pela contaminação fecal-oral, por meio da ingestão de formas císticas do protozoário.

Diagnóstico laboratorial

O B. hominis é um organismo pleomórfico que apresenta quatro formas clássicas: vacuolar (forma de corpo central), granular, amebóide e cística. Essas formas são identificadas pelo exame exame parasitológico de fezes, com ou sem coloração pelo lugol, e em esfregaços permanentes corados pelo tricrômico, hematoxilina férrica ou Giemsa.

Também é relatado o uso da coloração com tinta da China, a qual permite visualizar a cápsula e algumas estruturas internas do parasito. A forma vacuolar é a mais típica e a mais comumente encontrada nos exames de fezes.

Quando as fezes forem frescas, recomenda-se substituir a água pela solução salina a 0,85% nos procedimentos de diluição e lavagem do sedimento fecal, pois a água pode causar a ruptura das formas vacuolar, granular e multivacuolar. Por outro lado, se as fezes forem previamente preservadas com formol a 10% ou SAF, as formas de B. hominis não serão destruídas. Os organismos deverão ser quantificados em raros (+), poucos (++), moderados (+++) ou muitos (++++). Outras técnicas têm sido utilizadas no diagnóstico da blastocistose: cultura e PCR.