Intoxicação Alimentar por Clostridium perfringens

É uma desordem intestinal caracterizada por início súbito de cólica abdominal, acompanhada de diarréia; náusea é comum, mas vômitos e febre geralmente estão ausentes. A desordem intestinal dura em torno de 24 horas; em idosos ou enfermos pode durar até 2 semanas.

Um quadro mais sério pode ser causado pela ingestão de cepas tipo C que provocam a enterite necrotizante ou doença de Pigbel (dor abdominal aguda, diarréia sanguinolenta, vômitos, choque e peritonite), com 40% de letalidade.

Modo de transmissão

Ingestão de alimentos contaminados por solo ou fezes e sob condições que permitam a multiplicação do agente. A maioria dos surtos está associada a carnes aquecidas ou reaquecidas inadequadamente como carnes cozidas, tortas de carne, molhos com carne, peru ou frango.

Esporos sobrevivem às temperaturas normais de cozimento, germinam e se multiplicam durante o resfriamento lento, armazenamento em temperatura ambiente e/ou inadequado reaquecimento. A maioria das pessoas é provavelmente susceptível. Estudos demonstram que a doença não confere imunidade.

Diagnóstico laboratorial

C. perfringens é um bacilo Gram-positivo, anaeróbico, produtor de esporos. Em surtos o diagnóstico é confirmado pela demonstração do C. perfringens em cultura semiquantitativa anaeróbica de alimentos (> 105/g) ou fezes de pacientes (> 106/g) ao lado de evidências clínicas e epidemiológicas.

A doença é produzida pela formação de toxinas no organismo. A detecção de toxina em fezes de pacientes também confirma o diagnóstico. Ensaios sorológicos são utilizados para detectar enterotoxina em fezes de pacientes e para teste da capacidade das cepas produzirem toxina.