Gastroenterite conhecida como diarréia dos viajantes
A E. coli enterotoxigênica (ETEC) causa gastroenterite conhecida como diarréia dos viajantes. Apresenta como quadro clínico diarréia líquida, dor abdominal, febre baixa, náusea e mal-estar. A doença é usualmente auto-limitada, durando não mais que 5 dias, exigindo contudo, em crianças e idosos debilitados, reposição hidro-eletrolítica.
Causa frequentemente diarréia em crianças em países menos desenvolvidos e em visitantes de países industrializados às áreas menos desenvolvidas.É uma doença do tipo cólera-like, tendo sido descrita há cerca de 20 anos. Cepas de ETEC elaboram uma toxina termo-lábil (LT), uma toxina termo-estável (ST) ou ambas toxinas (LT/ST). Os sorogrupos mais comuns incluem O6, O8, O15, O20, O25, O27, O63, O78, O80, O114, O115, O128ac, O148, O153, O159 e O167.
Estudos em voluntários adultos sobre dose infectiva indicaram que é necessária uma dose alta - 100 milhões a 10 bilhões da bactéria para se estabelecer a colonização do intestino delgado, onde os organismos proliferam e produzem toxinas as quais induzem secreção de fluidos. Com essa dose alta a diarréia é induzida dentro de um período de 24 horas. Crianças provavelmente requerem menores doses.
Modo de transmissão
Via fecal-oral, por meio de alimentos contaminados e água, menos frequentemente, e mamadeiras contaminadas. Estudos em voluntários mostram que a imunidade soro-específica é adquirida na infecção por ETEC. Múltiplas infecções com diferentes sorotipos são necessárias para se desenvolver um amplo espectro de imunidade contra a ETEC.
Diagnóstico laboratorial
ETEC pode ser demonstrada pela produção de enterotoxina, por imunoensaios, bioensaios e por técnicas de DNA que identificam genes LT e ST em culturas.